Especialistas discutem estratégias para financiamento climático e transições energéticas justas

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Na tarde de segunda-feira (17/6), os líderes das instituições de controle do SAI20 participaram de painéis com especialistas convidados sobre os temas prioritários para a presidência brasileira: financiamento climático e transições energéticas, e combate à fome e à pobreza. No primeiro painel, foram apresentadas abordagens inovadoras e estratégias para o financiamento climático e o alcance de transições energéticas justas e inclusivas.

A palestrante principal foi a matemática, professora e pesquisadora brasileira Thelma Krug, doutora em Estatística Espacial pela Universidade de Sheffield e pesquisadora aposentada do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Thelma tem relevante atuação na área das ciências da Terra e é considerada uma das maiores autoridades mundiais em mudança do clima e florestas. Ela atua na Organização Meteorológica Mundial e é membro do conselho superior da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Em sua apresentação, a professora falou sobre a importância de se buscar transições energéticas justas e inclusivas, além de destacar o papel do financiamento climático. A pesquisadora trouxe dados de 2022 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) que indicam alterações sustentadas na atmosfera, criosfera, biosfera e oceano. O relatório fornece evidências relacionadas ao aquecimento global, associado ao aumento das concentrações de CO2 atmosférico, em níveis não experimentados em pelo menos dois milhões de anos.

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“Em 2019, o aumento da temperatura média global acima dos níveis pré-industriais atingiu cerca de 1,1 graus Celsius, associado principalmente a emissão de gases de efeito estufa. Embora há muito tempo a ciência alerte sobre os riscos do aquecimento global para os sistemas humanos e naturais, as ações de prevenção têm sido insuficientes”, ressaltou Thelma Krug.

A pesquisadora alertou que é preciso esforço coletivo para se conquistar uma economia de baixo carbono no prazo mais curto possível. Segundo ela, se nada for feito, alguns impactos podem ser irreversíveis.

“As transições energéticas são complexas e envolvem estruturas de governança, inúmeras instituições e vulnerabilidades climáticas. Os processos precisam considerar uma série de condicionantes e desigualdades estruturais, além de cuidar de implicações macroeconômicas mais amplas”, explicou Thelma.

Conceitos-chave para transições energéticas justas e inclusivas   

Respeito e dignidade para grupos vulneráveis
Geração de empregos
Proteção social
Garantia de direitos trabalhistas
Justiça no acesso e uso de energia
Diálogo e participação social
Fonte: IPCC

Financiamento Climático

De acordo com Thelma Krug, o financiamento climático em apoio a transições energéticas justas é fundamental para se conquistar economias de baixo carbono em todo o mundo. A pesquisadora destaca que, sem ele, é provável que o processo de transição reproduza antigas formas de injustiça.

Entender a questão das mudanças climáticas pela lente da justiça requer foco na proteção das populações vulneráveis, levando em consideração a distribuição desigual dos recursos e impactos das próprias transições, com a construção de processos criativos e participativos para que tenhamos um mundo descarbonizado equitativo”, defendeu.

Participações

O painel “Estratégias e desafios para o financiamento climático e transições energéticas justas e inclusivas” também contou com a participação do presidente da instituição superior de controle (ISC) do Egito, Hasham Badawy; da presidente da ISC da Indonésia, Isma Yatun, e do vice-presidente da ISC do Azerbaijão, Nasir Sadigov.

O diretor do Instituto E+ Transição Energética, Philipp Hauser, e a representante do grupo de engajamento do G20 Women20 Kamila Camilo também estiveram presentes.

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